Quem sou eu?

Jaboatão, PE, Brazil
Professor há 11 anos, possuo licenciatura dupla em Letras (Línguas Portuguesa e Inglesa). Também sou especialisata em Linguística Aplicada ao Ensino da Língua Portuguesa e mestre em Linguística - Fonologia da Língua Portuguesa. Leciono em escolas públicas (Estado e Município de Jaboatão) e na FBV.

segunda-feira, 21 de março de 2011

sexta-feira, 11 de março de 2011

JOGANDO COM AS PALAVRAS



Eu bebo, sim!!
Eu tinha lá em casa dez garrafas de cachaça, da boa. Mas minha mulher obrigou-me a jogá-las fora. Peguei a primeira garrafa, bebi um copo e joguei o resto na pia. Peguei a segunda garrafa, bebi outro copo e joguei o resto na pia. Peguei a terceira garrafa, bebi o resto e joguei o copo na pia. Peguei a quarta garrafa, bebi na pia e joguei o resto no copo. Peguei o quinto copo, joguei a rolha na pia e bebi a garrafa. Peguei a sexta pia, bebi a garrafa e joguei o copo no resto. A sétima garrafa eu peguei no resto e bebi a pia. Peguei no copo, bebi no resto e joguei a pia na oitava garrafa. Joguei a nona pia no copo, peguei na garrafa e bebi o resto. O décimo copo, eu peguei a garrafa no resto e me joguei na pia.


quinta-feira, 10 de março de 2011

LITERATURA UNIVERSAL

                            ALONE

From childhood's hour I have not been
As others were; I have not seen
As others saw; I could not bring
My passions from a common spring.
From the same source I have not taken
My sorrow; I could not awaken
My heart to joy at the same tone;
And all I loved, I loved alone.
Then- in my childhood, in the dawn
Of a most stormy life- was drawn
From every depth of good and ill
The mystery which binds me still:
From the torrent, or the fountain,
From the red cliff of the mountain,
From the sun that round me rolled
In its autumn tint of gold,
From the lightning in the sky
As it passed me flying by,
From the thunder and the storm,
And the cloud that took the form
(When the rest of Heaven was blue)
Of a demon in my view.

Edgar Allan Poe


                        SOZINHO

Desde a infância, eu não fui
Como outros foram; eu não vi
Como outros viram; trazer eu não pude,
Da mesma fonte, a minha paixão
Da mesma fonte eu não tomei
A minha dor; despertar eu não pude,
No mesmo tom, a alegria em meu coração.
E tudo que amei - eu amei sozinho.
Então - na minha infância - ao amanhecer
Da mais tempestuosa vida - foi atraído,
De toda a profundeza do bem e do mal,
O mistério que ainda me aprisiona:
Das torrentes ou dos chafarizes,
Do vermelho penhasco da montanha,
Do sol que ao meu redor rolava,
Em suas tonalidades douradas de outono,
Do relâmpago no céu a brilhar,
Como voando por mim a passar,
Do trovejar e de toda tempestade,
E da nuvem que tomou a forma
(Quando todo o resto do Céu era azul)
de um demônio, à minha visão.

Edgar Allan Poe
 


Se se morre de amor – Gonçalves Dias

Se se morre de amor! – Não, não se morre,
Quando é fascinação que nos surpreende
De ruidoso sarau entre os festejos;
Quando luzes, calor, orquestra e flores
Assomos de prazer nos raiam n’alma,
Que embelezada e solta em tal ambiente
No que ouve e no que vê prazer alcança!

Simpáticas feições, cintura breve,
Graciosa postura, porte airoso,
Uma fita, uma flor entre os cabelos,
Um quê mal definido, acaso podem
Num engano d’amor arrebentar-nos.
Mas isso amor não é; isso é delírio
Devaneio, ilusão, que se esvaece
Ao som final da orquestra, ao derradeiro

Clarão, que as luzes ao morrer despedem:
Se outro nome lhe dão, se amor o chamam,
D’amor igual ninguém sucumbe à perda.
Amor é vida; é ter constantemente
Alma, sentidos, coração – abertos
Ao grande, ao belo, é ser capaz d’extremos,
D’altas virtudes, ‘té capaz de crimes!

Compreender o infinito, a imensidade
E a natureza e Deus; gostar dos campos,
D’aves, flores,murmúrios solitários;
Buscar tristeza, a soledade, o ermo,
E ter o coração em riso e festa;
E à branda festa, ao riso da nossa alma
fontes de pranto intercalar sem custo;
Conhecer o prazer e a desventura
No mesmo tempo, e ser no mesmo ponto
O ditoso, o misérrimo dos entes;
Isso é amor, e desse amor se morre!

Amar, é não saber, não ter coragem
Pra dizer que o amor que em nós sentimos;
Temer qu’olhos profanos nos devassem
O templo onde a melhor porção da vida
Se concentra; onde avaros recatamos
Essa fonte de amor, esses tesouros
Inesgotáveis d’lusões floridas;
Sentir, sem que se veja, a quem se adora,
Compreender, sem lhe ouvir, seus pensamentos,
Segui-la, sem poder fitar seus olhos,
Amá-la, sem ousar dizer que amamos,
E, temendo roçar os seus vestidos,
Arder por afogá-la em mil abraços:
Isso é amor, e desse amor se morre!


INTERPRETANDO...

Na 1ª e 2ª estrofes, o eu lírico interroga o leitor se é possível morrer de amor, e ele mesmo responde que não. Aí inicia, a partir do 2º verso do poema, a descrever cenas que podem confundir alguém em relação ao sentimento em questão: festas, luzes, calor, flores, beleza, enfeites... tudo isso pode levar alguém a achar que ama. Mas no 6º verso da 2ª estrofe, o eu poético afirma: Nada disso é amor, é ilusão, ilusão que termina quando os sons se vão...

Na 3ª estrofe, está clara a opinião do eu lírico: quem acha que tudo o que foi descrito nas estrofes anteriores é amor, se engana, porque, quando se perde um amor como esse, que é banal, ninguém se sente derrotado (sucumbido). A partir daí, o amor verdadeiro (para o eu poético) passa a ser definido de uma forma sublime: é vida, é estar com tudo o que você tem voltado para ele, é se entregar ao belo, é chegar ao extremo de cometer um crime...

Na 4ª estrofe, as definições metafóricas continuam a se derramar: é compreender o infinito, é COMPREENDER DEUS (vejam a que profundidades o ser que ama de verdade pode chegar!). É, mesmo na tristeza, ter o coração em festa constante, e intercalar (revezar) o pranto com os risos da alma... é ser o mais miserável dos seres e, ao mesmo tempo, o mais feliz (ditoso)...

Por fim, quem ama não sabe, não tem coragem para falar sobre seu próprio amor, porque teme que olhos invejosos descubram os segredos do amor, já que esse amante se torna duro em não querer compartilhá-lo. Amar é sentir o amor, continua o eu lírico, sem que vejamos a quem adoramos, é compreender os pensamentos, sem que estes sejam revelados. É amar em silêncio, por medo de revelarmos nosso sentimento... é ansiar, querer desesperadamente apertar o ser amado em nossos braços. ISSO É AMOR... E DESSE AMOR SE MORRE!


DÚVIDAS SOBRE INTERPRETAÇÃO TEXTUAL? TIRE-AS AGORA!

DÚVIDAS SOBRE PRODUÇÃO TEXTUAL? TIRE-AS AGORA!

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quarta-feira, 9 de março de 2011

POEMA BELÍSSIMO, QUE DESCREVE A NOSSA LÍNGUA DE UM MODO SINGULAR...

ÚLTIMA FLOR DO LÁCIO     

Última flor do Lácio, inculta e bela,
És, a um tempo, esplendor e sepultura;
Ouro nativo, que na ganga impura
A bruta mina entre os cascalhos vela...

Amo-te assim, desconhecida e obscura,
Tuba de alto clangor, lira singela,
Que tens o trom e o silvo da procela
E o arrolo da saudade e da ternura!

Amo o teu viço agreste e o teu aroma
De virgens selvas e de oceano largo!
Amo-te, ó rude e doloroso idioma,

Em que da voz materna ouvi: "Meu filho!"
E em que Camões chorou, no exílio amargo,
O gênio sem ventura e o amor sem brilho!

Olavo Bilac



 


                                    INTERPRETANDO O POEMA
O Lácio, cuja capital é Roma, é uma região da Itália. Bilac chamou a Língua Portuguesa de última flor do Lácio por ter sido a última língua a ser derivada do Latim, idioma falado, na época, na região italiana do Lácio. Inculta, talvez, porque a LP era falada pelo povo considerado “plebe”, que usava o Latim Vulgar, já que o Latim Culto era de domínio apenas do clero. “És, a um tempo, esplendor e sepultura;”: esplendor porque rapidamente passou a se espalhar entre os povos, e sepultura porque, com a sua popularidade, o Latim passou a cair em desuso. Nos versos 3 e 4, é chamada de ouro, pela sua riqueza e valor, que mesmo na “ganga impura” (ganga são as impurezas encontradas nos minérios), protege (vela) a bruta mina, ou seja, se havia nela “impureza”, é porque ainda não era tão falada como suas irmãs mais velhas (Italiano, Francês, Espanhol), mas mesmo não sendo pura, cuida da bruta mina (a linguagem?), sugerindo o eu lírico, assim, que ela em breve seria tão ou mais valiosa que suas irmãs...

Na 2ª estrofe, o eu poético continua afirmando que, apesar de a LP ainda ser desconhecida, seu destaque é tão evidente como sons instrumentais altos (clangor), mas afinadíssimos e agradáveis (lira singela). Então, ela é comparada à força da tempestade “que tens o tom e o silvo da procela (tempestade)” e, ao mesmo tempo, à suavidade e singeleza da ternura, levando-nos a pensar que, como qualquer outra língua, a LP, mesmo sendo, na época, um embrião, se comparada com as outras, já tinha as mesmas forças comunicativas que qualquer outra língua pode ter, seja antiga ou não. 

Na 3ª estrofe, parece-nos que o eu lírico faz referência às terras brasileiras inexploradas (virgens selvas), e cujos exploradores viriam através dos oceanos. “Amo-te, ó rude e doloroso idioma”: rude, por ainda estar sendo trabalhado pelos povos; doloroso, talvez, porque, para que ele fosse usado por muitos, muitas outras línguas e culturas “tiveram” que ser destruídas...

Na 4ª estrofe, o vocativo “meu filho” pode estar se referindo ao fato de Olavo Bilac ser filho do Brasil e, assim, considerar a LP como sua mãe. Por fim, Camões – até hoje o maior poeta de Portugal, apesar de ter vivido no século XVI, e a maior referência da LP, é citado em seu exílio passado nas colônias portuguesas da África e da Ásia, e de onde surgiu a maior epopeia  sobre a LP, Os Lusíadas, que narram a história de Portugal.



segunda-feira, 7 de março de 2011

MEMÓRIAS...

Deixem aqui fatos que ocorreram em nossas aulas, tenham sido eles com vocês ou com outra pessoa, e que marcaram de alguma forma a sua vida.

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O que a Língua Portuguesa significa e/ou tem sido para você?

A cada dia me descubro outro homem ao parar e refletir as imensuráveis maravilhas que me são proporcionadas pela Língua Portuguesa... Como disse Clarice Lispector, "A PALAVRA É O MEU DOMÍNIO SOBRE O MUNDO!".