Quem sou eu?

Jaboatão, PE, Brazil
Professor há 11 anos, possuo licenciatura dupla em Letras (Línguas Portuguesa e Inglesa). Também sou especialisata em Linguística Aplicada ao Ensino da Língua Portuguesa e mestre em Linguística - Fonologia da Língua Portuguesa. Leciono em escolas públicas (Estado e Município de Jaboatão) e na FBV.

domingo, 30 de outubro de 2011

A QUE PONTO ESTAMOS CHEGANDO?


“Lutar, apesar das desilusões. Acreditar, acima de tudo.” Belas e verdadeiras palavras... para quem não pára para analisá-las, ou não é capaz de isso fazer.
Ilusão significa, conforme Larousse, “interpretação errônea de um fato; esperança quimérica.” Se houve a interpretação errônea de um fato, é porque existiu algo em que se acreditava, mas cuja crença mostrou-se falha, desapontadora, enganosa. Esperança quimérica? Ora, COMO se pode confiar em utopias?  Tudo bem, há correntes da Psicologia que nos dizem que fazemos isso como fuga da nossa realidade, para que não enlouqueçamos, e isso não se pode negar... Porém, quem é tolo o bastante para crer em quimeras? Nossa, a resposta a esta indagação retumba em meus ouvidos de forma assustadora!

Desilusão é, deste modo, o “desfazer” das ilusões, o “cair na real”, a constatação de que as quimeras eram, DE FATO, nada mais que quimeras... Então, se há as desilusões, isso não significa que não há motivos para lutar? E para que o “apesar de”? Concessão totalmente sem nexo para mim e para quem, atrevo-me a acrescentar, tem um raciocínio digno de quem se considera um ser racional. 

“Acreditar, acima de tudo”? (Confesso que, neste momento, luto com meu sarcasmo para não ser por ele vencido. E onde há sarcasmo, leia-se escárnio). Porque, para mim, é tão claro como uma constelação que SE HÁ desilusões, se as quimeras foram desmascaradas, se o fato anteriormente mal interpretado já se mostrou em sua verdadeira essência, EM QUE se deve acreditar? Ah, como não pensei nisso antes? Claro que a resposta a essa pergunta é: “Vamos acreditar que outras quimeras virão! Vamos nos jogar nos braços das utopias que NÓS MESMOS CRIAMOS para não encarar a realidade que, com seu manto gélido, cedo ou tarde nos envolverá... Vamos viver em mundos paralelos, que nos proporcionam toda a falsa segurança de que precisamos.” É ESSE O ACREDITAR?

Tolos, covardes, medrosos... É o que devemos ser por toda a nossa parca existência? Sermos o que a Sociologia denomina, e bem apropriadamente, ATORES SOCIAIS? Devemos entrar no palco (eu diria picadeiro – não consegui me conter aqui) da nossa vida disfarçados de qualquer coisa que nos convier? Ou, quando não estivermos nos apresentando (para o público que nos rodeia, enquanto ocultamos o nosso público interno com falsas alegorias), devemos ficar nos bastidores, em que parcialmente revelamos nosso “quase EU”, ainda carregado das maquiagens e ornamentos que encobrem todos os nossos defeitos?

EXISTAM! – diz a forte voz da massa ignorante e eternamente opaca.

VIVAM! – eu brado, com uma voz que ninguém consegue calar...

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